O papel da psicologia na mediação: abordagens para uma comunicação eficaz

Você sabia que no exercício da mediação são utilizadas diversas técnicas da psicologia? Nesse artigo iremos abordar como técnicas da psicologia na mediação resultam em uma comunicação eficaz.

A mediação é um método de resolução de conflitos no qual as próprias partes irão buscar uma solução por meio da conversa. Esse método conta apenas com um mediador, que terá a função de auxiliar a comunicação, sem qualquer poder decisório. Caso queira saber mais sobre a mediação, você pode acessar nosso artigo do blog.

Assim, além da resolução do conflito, a mediação busca incentivar a boa comunicação entre as partes. Contudo, considerando as preocupações pessoais de cada parte e as discussões que podem surgir no calor do momento, é necessária a atuação do mediador nessa comunicação. Em razão disso, é importante que o profissional conheça certas técnicas para garantir a comunicação entre as partes, que também são muito utilizadas na psicologia.

Dessas técnicas, as principais se resumem à algumas das ferramentas de mediação, quais sejam rapport, escuta ativa, parafraseamento e brainstorming. A partir dessas ferramentas, o mediador busca desenvolver o diálogo.

Pontos em comum: psicologia e mediação

Tanto na psicologia, quanto na mediação, é de extrema importância a neutralidade e imparcialidade do profissional que está atuando na causa. Todavia, ao mesmo tempo, ele deve buscar compreender ao máximo a pessoa que está expondo seus sentimentos e interesses. Na mediação, esse ato está presente na técnica da escuta ativa, que visa demonstrar para a parte que ela está sendo compreendida.

Ainda sobre o profissional, é imprescindível que ele realmente entenda o que está sendo falado, podendo se valer do parafraseamento. Na psicologia, serve para o profissional ter certeza de que compreendeu o que foi falado. Já que muitas vezes a pessoa pode se expressar de forma confusa para ele. Por outro lado, na mediação, além da sua compreensão, serve para garantir que a outra parte também entenda a essência da mensagem. Assim, evitando mal entendidos.

Outro ponto em comum entre a mediação e a psicologia é a necessidade de voluntariedade e interesse que devem partir da própria parte, principalmente na área da psicoterapia. Isso porque, em ambos os casos, para obter um resultado eficiente, é necessário que a pessoa esteja aberta ao processo e disposta a participar ativamente.

Mas qual a importância da psicologia na mediação?

Bom, na mediação o único meio de resolver os conflitos é através da conversa. Assim, tanto as partes, quanto o mediador, devem estar munidos de técnicas e estratégias de comunicação para garantir uma comunicação ativa e evitar brigas.

As partes:

  • possuem o ônus de tentar manter o foco no problema levantado,
  • expressar seus interesses sem atacar o outro,
  • entender os interesses contrários, ponderar o que é negociável (e pode ser abdicado) e
  • o que não desejam abrir mão.

Já o mediador, é incumbido de garantir e auxiliar as partes a realizarem esses atos para atingir o objetivo final, qual seja, chegar em um acordo bom para todos os envolvidos.

Passando para um exemplo prático da importância da psicologia na mediação, podemos observar a mediação no âmbito escolar. Nessa fase, as crianças e adolescentes estão aprendendo e moldando a forma de interagir com as outras pessoas. 

Contudo, diversas discussões ocorrem em razão da imaturidade dessa fase, além da quantidade de pessoas que são reunidas nas turmas. Assim, essas discussões podem facilmente evoluir para situações mais sérias como o bullying ou agressões verbais e físicas. 

Desta forma, ensiná-los a resolver os problemas através da comunicação ativa, além de desenvolver e melhorar o diálogo, auxilia na regulação emocional. Esses dois pontos são essenciais para que as pessoas aprendam a conversar de forma respeitosa e pacífica. Caso você queira entender melhor como funciona a mediação nas escolas, acesse nosso artigo sobre o assunto.

Limitações da psicologia na mediação

Apesar de contribuir imensamente para o exercício da mediação, não é possível utilizar de todas as bases da psicologia. Isso porque, ainda que se desenvolvam por meio do diálogo, essas áreas possuem objetivos diferentes.

Um exemplo dessa limitação é que na psicologia o profissional busca discutir todas as questões que afligem o paciente. Ainda que o faça por partes. Já na mediação, em razão de seu caráter célere, o foco deve ser o problema trazido. O mediador deve garantir isso.

Outro ponto divergente é mencionado por Gabriella Abrantes Cronemberger no artigo “As contribuições dos saberes e técnicas da Psicologia na Mediação de Conflitos”. Na psicologia, muitas vezes o principal objetivo é a cura de algum trauma ou a realização de diagnósticos. Assim, para isso, é necessário explorar toda a vivência do paciente, que será analisada pelo psicólogo. Em determinados casos poderá dar sugestões e dicas ao paciente para resolver seus problemas. Enquanto isso, a mediação visa estabelecer um diálogo para que as partes possam achar uma solução juntas para um determinado conflito. Sendo que o mediador deve se isentar de participar ativamente desse processo.

Assim, considerando as características necessárias para um bom mediador, a Arbtrato seleciona cuidadosamente os profissionais que compõem nossa equipe. Garantindo um tratamento humanizado e eficiente durante o procedimento. Para saber mais sobre o funcionamento e atuação da nossa Câmara, acesse nosso site.