Desafios Éticos na Mediação Empresarial: Como Superá-los e Promover o Consenso

A mediação empresarial é uma ferramenta poderosa para resolver conflitos, mas enfrenta desafios éticos que podem comprometer sua eficácia. Vamos explorar como identificar e superar esses obstáculos para alcançar soluções consensuais.

Primeiramente é importante ressaltar que a mediação é um método autocompositivo de resolução de conflitos. Isso significa que as próprias partes envolvidas serão as responsáveis por encontrar uma solução e chegar a um acordo. Elas também poderão contar com um mediador, que é responsável apenas por auxiliar a comunicação entre elas.

Caso você tenha interesse em saber mais sobre o assunto, acesse nosso artigo do blog sobre o que é mediação.

Princípios da mediação

Pois bem, a mediação, regida pela Lei 13.140 de 2015, possui certos princípios, sendo os principais:

  1. Imparcialidade – determina que o mediador deve ser imparcial durante o procedimento. Ou seja, ele não pode tomar partido de nenhuma das partes. Já que não está lá para julgar quem está certo ou errado;
  2. Confidencialidade – todas as informações discutidas na mediação devem ser sigilosas, exceto se as partes optarem por sua publicidade;
  3. Autonomia da vontade das partes – na mediação as partes irão formular um acordo com base nas suas vontades. Inclusive podem decidir como será realizado o procedimento;
  4. Oralidade – a princípios, as manifestações devem ocorrer de forma oral na mediação;
  5. Informalidade – a linguagem utilizada pelas partes e pelo mediador, acaba sendo mais informal para que a conversa seja compreendida por todos os envolvidos;
  6. Busca do consenso – na mediação, as partes devem buscar um consenso para chegar em um acordo. Evitando a litigiosidade, sendo que o mediador deve contribuir para atingir esse objetivo. Lembrando que ele irá fazer isso auxiliando a comunicação, e não interferindo no desenvolvimento de ideias;
  7. Isonomia – as regras e o tratamento devem ser os mesmos para todos os envolvidos;
  8. Boa-fé – esse princípio foca no desenvolvimento do procedimento. Uma vez que as partes devem colaborar e cooperar entre si para que seja mais fácil chegar a um acordo.

Esses princípios estão previstos na Lei de mediação, no Código de Processo Civil e no Código de Ética dos Mediadore.

Assim, conforme Elizete Rodrigues Santos Carvalho, no artigo “A Imprescindibilidade Da Observância Dos Princípios Da Mediação Na Prática”, esses princípios

norteiam toda a metodologia do instituto, a conduta ética do  mediador e a participação das partes envolvidas no conflito”.

Ou seja, eles são a base do que conhecemos como a mediação e, o desvirtuamento deles, pode acabar descaracterizando esse método.

Na prática: quais os desafios éticos da mediação empresarial?

O principal exemplo disso é quando ocorre uma falha em relação ao princípio da busca do consenso. Esse erro pode ser muito comum visto que o mediador, ao querer auxiliar as partes, pode acabar intervindo com ideias e sugestões para as partes. 

No entanto, essa atitude é um enorme desvio da finalidade da mediação. Isso porque seu objetivo é possibilitar a aproximação entre as partes para que elas tentem chegar  em um acordo. Ou seja, chegar em um acordo acaba sendo uma consequência enquanto o foco é a comunicação.

Dessa forma, segundo o sócio-fundador da Arbtrato, Thiago Canal, o mediador deve focar na prática da escuta ativa para conduzir a sessão. Ele deve atuar “possibilitando reflexões de ambas as partes, preparando situações, quebrando paradigmas que as partes tenham…”. Assim, o profissional não vai sugerir uma saída para o problema, mas sim “trabalhar de forma indireta até que a pessoa consiga chegar em uma reflexão por si só”.

A escuta ativa, como uma das ferramentas de mediação, consiste na comunicação que busca verdadeiramente entender a parte contrária. Isso é feito muitas vezes tentando se colocar no lugar do outro e conseguindo analisar o seu próprio lado junto da situação do outro.

Diferenças entre mediação e negociação

Então, o que ocorre na situação de intervenção direta do mediador é na verdade uma sessão de negociação, e não mais de mediação. Na negociação, o foco principal é chegar a um acordo, sem se preocupar muito com a manutenção da relação das partes conflitantes.

Assim, com essa diferenciação, podemos ver o prejuízo de se realizar uma negociação em um caso que seja necessária a mediação empresarial. Por isso, é importante poder contar com um mediador que tenha esse desafio em mente e saiba conduzir a sessão da forma certa. 

Partindo para a ação na mediação empresarial

Compreender e aplicar os princípios éticos é fundamental para o sucesso da mediação empresarial, garantindo que as partes alcancem soluções justas e sustentáveis. Para garantir a eficácia da mediação em seus conflitos empresariais, conte com a expertise dos mediadores da Arbtrato. Entre em contato conosco para saber mais sobre como podemos ajudar a transformar seus desafios em oportunidades de consenso.