Como melhorar seus conhecimentos em mediação
Os números da mediação institucional nos últimos 10 anos cresceram exponencialmente, conforme o artigo “Mediação em números” do site do Canal Arbitragem. Sendo que em 2012 foram 26 requerimentos de mediação nas câmaras analisadas, enquanto em 2021 foram 120 requerimentos. Esse fator se deu principalmente durante a pandemia entre os anos de 2020 e 2021 com a difusão de audiências online, e com a procura por melhorar os conhecimentos em mediação.
Consequentemente, o interesse por essa área pelos profissionais do direito aumentou. No entanto, existem características essenciais que um mediador precisa ter para se tornar um profissional de sucesso. Desse modo, neste artigo iremos revelar dicas para melhorar seus conhecimentos em mediação. Para isso, dividimos o texto em 4 principais pontos:
- O que é uma mediação de conflitos?
- Quais são as principais técnicas de mediação de conflitos?
- Qual é o perfil ideal de mediador?
- De que forma se capacitar e aprofundar seus conhecimentos em mediação.
O que é uma mediação de conflitos?
Para iniciar nosso debate é importante trazer o conceito de mediação e suas funcionalidades. A mediação é um método adequado de soluções de conflitos estipulado pela Lei 13.140/2015. É um procedimento menos rígido e formal, sendo intermediado pelo mediador.
A mediação facilita a comunicação entre as partes, ajudando-as a encontrar uma solução mutuamente satisfatória para o conflito. Assim, o mediador irá estudar o caso, realizar sessões com as partes e apresentar formas de resolver o conflito.
Para uma melhor visualização acerca da diferença entre mediação e outros métodos de resolução de conflitos, leia nosso artigo: Tabela comparativa: Mediação e arbitragem e negociação
Outrossim, você pode entender melhor sobre os detalhes do procedimento e qual é o cenário de mediação no Brasil hoje, lendo nosso artigo: Entrevista: O que faz um mediador extrajudicial?
Quais são as principais técnicas de mediação de conflitos?
Nessa perspectiva, citaremos as 5 principais técnicas que devem ser utilizadas no procedimento de mediação. Em nosso artigo 5 ferramentas de mediação nos debruçamos mais a fundo sobre as técnicas apresentadas, caso queira conferir.
Dentre elas estão:
- Escuta ativa: Sem dúvidas, a escuta ativa é primordial para estabelecer um vínculo com as partes. Pode ser realizada ao demonstrar interesse no que está sendo dito, não se limitando a apenas complementar a conversa;
- Rapport: O rapport é uma técnica que reforça o vínculo de confiança que deve ser estabelecido entre o mediador e as partes. Por essa técnica é possível resolver o conflito de forma mais empática e eficaz.
- Caucus: O caucus é uma técnica pela qual o mediador se reúne individualmente com cada parte. Utilizada essencialmente para que o mediador tenha uma melhor compreensão das emoções de cada parte de forma individual.
- Brainstorm: O brainstorm significa “tempestade de ideias”, é utilizado para tentar encontrar uma solução para um problema específico. Dessa maneira, é reunindo as ideias apresentadas para buscar adaptá-las mais à situação.
- Recontextualização: Com tantas informações durante as sessões, por vezes, fica difícil para as partes entenderem o contexto do caso. A recontextualização, também chamada de parafraseamento, é uma técnica que pode ser utilizada para dar um novo sentido à história. Fazendo com que as partes consigam vê-la de formas diferentes e recapitular o que foi passado.
Qual é o perfil ideal de mediador?
Feita essas considerações, é importante mencionar o perfil ideal que o mediador de conflitos precisa cultivar. Dentre as características principais podemos citar:
Escuta ativa: Saber aplicar a escuta ativa para conduzir o procedimento de forma eficaz. A escuta ativa pode ser exemplificada em uma situação onde o mediador demonstra empatia ao ouvir as preocupações de ambas as partes, ajudando a esclarecer mal-entendidos.
Administrar conflitos: Saber lidar com conflitos em momentos de tensões, são características essenciais para um mediador. Visto que, precisará dialogar com as partes para que alcancem uma solução.
Paciência e sensibilidade: Saber cultivar a paciência e sensibilidade para conduzir o procedimento da melhor forma possível;
Objetividade: Ser objetivo e incentivar as partes a trazer soluções para o problema apresentado;
Confiança: Transmitir confiança para que as partes possam se sentir à vontade para dialogar.
De que forma se capacitar e aprofundar seus conhecimentos em mediação
Para se capacitar e aprimorar seus conhecimentos em mediação, é fundamental adotar um plano de desenvolvimento contínuo. Aqui estão algumas estratégias eficazes para alcançar isso.
Cursos e Certificações: Participe de cursos especializados e obtenha certificações em mediação. A FGV, Uninter ou o próprio CNJ, por exemplo, oferecem cursos nesse sentido.
Conferências: Participe de conferências ou workshops para se atualizar sobre tendências e práticas. Como exemplo, de forma online, nosso CEO e founder, Thiago Pires, teve a oportunidade de participar da International Negotiation and Mediation Summer School promovida pela Universidade Católica Direito no Porto e pela ICFML.
Leitura e Pesquisa: Leia materiais atualizados sobre técnicas e teorias de mediação. Um livro excelente que recomendamos sobre escuta ativa é o “Escutatória” de Thomas Brieu.
Encontre um Mentor: Trabalhe com um mediador experiente para orientação;
Comunicação e Inteligência Emocional: Melhore suas habilidades de comunicação e trabalhe sua inteligência emocional;
Grupos e Redes: Junte-se a grupos de mediação para trocar experiências e recursos.
Essas estratégias ajudarão a desenvolver suas habilidades e conhecimento, tornando-o um profissional mais preparado e competente.
Interessado em aprofundar seus conhecimentos em mediação? Continue acompanhando nosso blog e explore mais conteúdos que podem impulsionar sua carreira.
Ainda, nosso time da Arbtrato tem um podcast específico sobre esse assunto com Valéria de Souza e a Maria Roseli Candido, especialistas da área. Você pode acessar clicando aqui: Além do Horizonte: O advogado do amanhã na arbitragem e na mediação.